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Economia chinesa perde fôlego e reforça apelos por novos estímulos

Economia chinesa perde fôlego e reforça apelos por novos estímulos

A economia da China continuou a perder fôlego no último trimestre de 2025, reforçando a necessidade de medidas de estímulo mais amplas no próximo ano, segundo analistas do ING, em relatório divulgado na segunda-feira.

A avaliação vem após a divulgação de dados que mostram que o crescimento da produção industrial e das vendas no varejo em novembro ficou abaixo das expectativas. Além disso, os investimentos em ativos fixos recuaram de forma mais acentuada do que o previsto pelo segundo mês consecutivo — um sinal preocupante de que as empresas estão começando a apertar os cintos.

De acordo com o ING, o desempenho mais fraco das vendas no varejo pode ser atribuído, em grande parte, aos efeitos defasados dos subsídios e dos programas de troca lançados por Pequim no fim de 2024. Embora essas medidas tenham impulsionado o consumo inicialmente, seu impacto se dissipou rapidamente, tornando necessária uma ampliação dos programas para sustentar a demanda.

A produção industrial segue como um dos poucos pontos positivos, com a expectativa de que a demanda externa estável continue compensando parcialmente as fragilidades internas. Ainda assim, os analistas alertam que o mercado imobiliário em dificuldades e os gastos contidos dos consumidores devem atuar como importantes fatores de pressão negativa sobre a economia em 2026.

Os analistas do ING ressaltam que os desafios mais complexos para a China devem se intensificar a partir do próximo ano e persistir no médio e longo prazos. Segundo eles, a preocupação mais urgente é a erosão da confiança, que corre o risco de se transformar em um problema estrutural e crônico.

Os novos dados surgem após estatísticas de inflação decepcionantes divulgadas na semana passada, que mostraram que a inflação ao consumidor permanece moderada, enquanto a inflação ao produtor se contraiu pelo 38º mês consecutivo em novembro. Na avaliação do ING, os formuladores de políticas ainda têm um trabalho significativo pela frente para que a demanda interna se torne o principal motor do crescimento em 2026, conforme os planos oficiais.

Declarações recentes do Politburo e da Conferência Central de Trabalho Econômico reafirmam que o estímulo à demanda interna segue como prioridade. No entanto, poucas medidas concretas foram anunciadas até agora, além de promessas de maior apoio fiscal.

O ING avalia que uma meta de crescimento do PIB em torno de 5% para 2025 ainda é alcançável. Ainda assim, diante do enfraquecimento da demanda interna, o risco de desaceleração mais acentuada vem aumentando, tanto no curto quanto no longo prazo.

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